Domingo, 12 de Outubro de 2025 | 28ª Semana do Tempo Comum | Evangelho (Jo 2,1-11) | Homilia do Papa São João Paulo II
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João
Glória a vós, Senhor.
João 2,1-11 (Bodas de Caná)
Naquele tempo,
houve um casamento em Caná da Galileia.
A mãe de Jesus estava presente.
Também Jesus e seus discípulos
tinham sido convidados para o casamento.
Como o vinho veio a faltar,
a mãe de Jesus lhe disse:
“Eles não têm mais vinho”.
Jesus respondeu-lhe:
“Mulher, por que dizes isto a mim?
Minha hora ainda não chegou.”
Sua mãe disse aos que estavam servindo:
“Fazei o que ele vos disser”.
Estavam seis talhas de pedra colocadas aí
para a purificação que os judeus costumam fazer.
Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros.
Jesus disse aos que estavam servindo:
“Enchei as talhas de água”.
Encheram-nas até a boca.
Jesus disse:
“Agora tirai e levai ao mestre-sala”.
E eles levaram.
O mestre-sala experimentou a água,
que se tinha transformado em vinho.
Ele não sabia de onde vinha,
mas os que estavam servindo sabiam,
pois eram eles que tinham tirado a água.
O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse:
“Todo mundo serve primeiro o vinho melhor
e, quando os convidados já estão embriagados,
serve o vinho menos bom.
Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!”
Este foi o início dos sinais de Jesus.
Ele o realizou em Caná da Galileia
e manifestou a sua glória,
e seus discípulos creram nele.
Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor.
Homilia proferida pelo Papa São João Paulo II
“Alguns leprosos vieram-lhe ao encontro” (Lc 17, 12). Em outro trecho do Evangelho, é dito que Jesus “tocou” (Lc 5, 13) o leproso apresentando-se a ele. Jesus, portanto, permite-se ser encontrado, tornou-se nosso próximo para ser encontrado por nós justamente no limiar mais trágico e pesado do sofrimento. Da cruz, ele nos ensina a buscar no doente o seu próprio rosto, a nos aproximarmos de quem sofre justamente onde ele experimenta sua indigência. [ …] O exemplo de Cristo deve encorajar-nos a persistir no compromisso com as situações sociais que ainda se mostram insensíveis ou impotentes diante do drama da lepra. Não devemos desistir, mesmo que os esforços pareçam, por vezes, infrutíferos ou que nos deparemos com ambientes em que o terror do mal inspira medidas de defesa desumanas, fruto de aversões instintivas e irracionais em relação ao doente. Devemos continuar a trabalhar para que precisamente esses ambientes, que parecem mais refratários, também se abram à esperança. Acolhamos o grito dirigido a Jesus pelos próprios leprosos: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós” (Lc 17, 13). O Senhor confiou às nossas mãos muitas obras de caridade, para que, por meio delas, nos tornássemos corresponsáveis do seu plano de salvação.
Fonte: Homilia de 21 de setembro de 1986.