Domingo, 19 de Outubro de 2025 | 29ª Semana do Tempo Comum | Evangelho (Lc 18,1-8) | Homilia do Papa Francisco
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas
Glória a vós, Senhor.
Lucas 18,1-8
Naquele tempo,
Jesus contou aos discípulos uma parábola,
para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre,
e nunca desistir, dizendo:
“Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus,
e não respeitava homem algum.
Na mesma cidade havia uma viúva,
que vinha à procura do juiz, pedindo:
‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’
Durante muito tempo, o juiz se recusou.
Por fim, ele pensou:
‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum.
Mas esta viúva já me está aborrecendo.
Vou fazer-lhe justiça,
para que ela não venha a agredir-me!”
E o Senhor acrescentou:
“Escutai o que diz este juiz injusto.
E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos,
que dia e noite gritam por ele?
Será que vai fazê-los esperar?
Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa.
Mas o Filho do homem, quando vier,
será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”
Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor.
Homilia proferida pelo Papa Francisco
“Quando o Filho do Homem voltar encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18, 8). Como se dissesse: quando eu voltar no final da história – mas, podemos pensar, também agora, neste momento da vida – encontrarei alguma fé em vós, no vosso mundo? Trata-se de uma questão séria. Imaginemos que o Senhor venha hoje à terra: ele veria, infelizmente, tantas guerras, tanta pobreza e tantas desigualdades, e ao mesmo tempo grandes conquistas da tecnologia, meios modernos e pessoas sempre a correr, sem nunca parar; mas será que ele encontraria aqueles que lhe dedicam tempo e afeto, aqueles que o colocam em primeiro lugar? E sobretudo, perguntemo-nos: se o Senhor viesse hoje, o que encontraria ele em mim, na minha vida, no meu coração? Que prioridades na minha vida veria ele? Nós, muitas vezes, concentramo-nos em tantas coisas urgentes, mas desnecessárias, ocupamo-nos e preocupamo-nos com muitas realidades secundárias; e talvez, sem nos darmos conta, negligenciamos o que mais importa e permitimos que o nosso amor por Deus arrefeça, arrefeça pouco a pouco. Hoje, Jesus oferece-nos o remédio para aquecer uma fé tíbia. E qual é o remédio? Oração. A oração é o remédio da fé, a restauradora da alma. Deve, no entanto, ser uma oração constante. […] Se tivermos de seguir uma cura para melhorar, é importante segui-la bem, tomar os medicamentos de forma correta e no momento estabelecido, com constância e regularidade. Pensemos numa planta que temos em casa: devemos nutri-la com constância todos os dias, não a podemos encharcar e depois deixá-la sem água durante semanas!
Fonte: Angelus de 16 de outubro de 2022.